This area will include weekly news stories that are current and relative to the areas of marketing and management, highlighting market tendencies.
Onde investir em 2018
2017-12-30
Das bolsas aos certificados do tesouro. Do ouro à bitcoins. O que dizem os especialistas sobre os melhores investimentos para o próximo ano?
Este ano, quem arriscou nos investimentos acabou por petiscar. Nas bolsas, incluindo na portuguesa, foi um ano de ganhos generosos. O petróleo recuperou. E novos instrumentos de alto risco, como as moedas virtuais, tiveram um autêntico milagre na multiplicação do preço. Em contraste, investimentos tidos como menos arriscados compensaram bem menos. Mas para 2018 os especialistas aconselham a ter maiores cautelas, antevendo um desempenho mais moderado das ações.
“Este ano foi quase perfeito para os ativos de risco e será difícil de superar”, considera a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo. Também a Pimco revelou que “esperamos ser cautelosos nas nossas carteiras de investimento em geral, focando-nos em diversas fontes de rendimento sem confiar em apenas um setor”. Isto apesar de a generalidade dos especialistas antecipar um bom desempenho da economia global.
A diversificação é um dos mandamentos ao investir. E poderá ser uma das palavras-chave no próximo ano. O próprio regulador financeiro dos EUA, considera que “o final do ano é uma altura razoável para rever a carteira de investimento e avaliar o peso nas diferentes classes de ativos, como ações, obrigações, liquidez e investimentos alternativos como imobiliário e matérias-primas”. E explica que “ao investir em mais que uma classe de ativos, pode reduzir-se o risco geral”.
Fim do dinheiro criado do ar
Na última década, os bancos centrais seguraram os mercados, baixando as taxas de juro para mínimos nunca antes visto e criando dinheiro “efetivamente do nada”, segundo a Allianz Global Investors (AGI). Mas estão a entrar numa nova fase, retirando gradualmente essas medidas e injetando doses mais reduzidas de liquidez no sistema financeiro.
A Reserva Federal terá um novo presidente em 2018 e está no processo de subida das taxas de juro. O mercado antecipa mais três a quatro aumentos no próximo ano. Na zona euro, o BCE vai reduzir a dose dos estímulos, cortando o ritmo das compras mensais de ativos para metade e preparando-se para extinguir essas compras. Também o Banco do Japão vai reduzir a dose na medicação à economia.
A BlackRock considera que na zona euro e no Japão os bancos centrais continuarão a dar apoio. Mas adverte que “a ansiedade na antecipação de potenciais mudanças de política monetária podem dar início a focos de volatilidade em 2018”. Ou seja, se os investidores começarem a recear entrar numa espécie de ressaca devido à menor dose dos bancos centrais, os mercados poderão ter problemas.
Inflação e geopolítica
Os banqueiros centrais terão de gerir com pinças os humores dos mercados. E estar atentos à evolução da inflação para aferir se sobe para os níveis pretendidos. Mas um dos riscos é se subitamente a inflação começa a subir mais do que o esperado. A maior parte dos especialistas atribui uma baixa probabilidade a esse cenário. No entanto, a AGI adverte que “as medidas de inflação utilizadas pelos bancos centrais estão a falhar na captura dos custos do mundo real”.
Também a Pimco está em alerta em relação a este risco: “Queremos manter a flexibilidade dados os riscos crescentes de uma subida acima do pretendido da inflação e a remoção global de apoios monetários.” Subidas acima do esperado da inflação podem penalizar os retornos reais das aplicações financeiras e penalizar o poder de compra. E tendem a ter um impacto negativo nas obrigações. Para os especialistas da Pictet as bolsas também podem sofrer o impacto: “As avaliações para a maioria das bolsas permanecem razoáveis, mas podem ficar sob pressão se a inflação ganhar vapor.”
Outros dos potenciais riscos são geopolíticos. A AGI considera que este “é o maior risco para os investidores e tem o potencial para desestabilizar a economia global em 2018”. A ascensão do populismo, #o brexit, a imprevisibilidade de Trump, a Coreia do Norte, são alguns dos pontos que poderão tirar noites de sono aos investidores. Mas em 2017 também se previa risco e foi um ano quase perfeito para os investidores mais destemidos. A história irá repetir-se em 2018?